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O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região moveu uma ação judicial contra o Itaú Unibanho após a demissão em massa de aproximadamente mil funcionários na última segunda-feira (8/9). A entidade alega que as dispensas foram realizadas sem aviso prévio e ferem a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a legislação brasileira.
Em comunicado divulgado na quinta-feira (11/9), o sindicato destacou que as demissões ocorreram mesmo com o banco registrando lucros bilionários – R$ 22,6 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. A entidade classificou as dispensas como “injustificáveis” e “um desrespeito aos trabalhadores”.
— O Itaú descumpriu regras básicas de proteção ao emprego e desconsiderou a mesa de negociação coletiva. Um banco que lucra bilhões não pode tratar os trabalhadores como números descartáveis — afirmou o sindicato, em nota.
Justificativa do banco
O Itaú, por sua vez, defendeu as demissões alegando “problemas de aderência cultural e produtividade”. Em nota enviada à imprensa, a instituição afirmou que identificou colaboradores em home office com “baixos níveis de atividade digital” de forma sistemática.
Segundo o banco, alguns demitidos cumpriam apenas 20% da jornada efetiva de trabalho, mesmo registrando horas extras nos mesmos dias. Em uma área com 316 analistas, onde a média de atividade digital era de 72%, os funcionários dispensados apresentavam entre 27% e 37% de produtividade ao longo de quatro meses.
— Os desligamentos foram conduzidos de forma criteriosa, considerando diversos aspectos do trabalho e a aderência às necessidades atuais do banco — justificou o Itaú.
Quebra de confiança
A instituição financeira afirmou que a média geral de atividade digital em home office é de 75%, valor considerado “adequado” pela organização. Casos abaixo desse patamar, segundo o banco, “denotam desvio de comportamento” e resultaram em “quebra de confiança”.
— É por esse motivo que foram desligados alguns colaboradores com boa avaliação de performance — completou o comunicado.
Repercussão e próximos passos
O sindicato prometeu lutar na Justiça pela reversão das demissões e pela responsabilização do banco. A entidade alega que o Itaú agiu sem diálogo prévio, ignorando acordos coletivos e a legislação trabalhista.
Enquanto a batalha judicial se inicia, funcionários e ex-colaboradores acompanham com apreensão os desdobramentos de um caso que expõe tensões entre rentabilidade recorde e direitos trabalhistas no setor bancário.