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O músico e compositor Jards Macalé morreu nesta segunda-feira, aos 82 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado para tratar um enfisema pulmonar e sofreu uma parada cardíaca. A informação foi confirmada por sua equipe, que divulgou nota nas redes sociais afirmando que o artista “chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve”.
Em setembro, Macalé havia se apresentado no Festival Doce Maravilha, no Rio de Janeiro, revisitando canções do seu emblemático disco de 1972 — lançado em plena ditadura militar e hoje considerado uma das obras-marco da música brasileira pela postura estética e política ousada.
Nascido em 1943 na Tijuca, zona norte do Rio, Jards Anet da Silva ganhou o apelido “Macalé” ainda criança, ao se mudar para Ipanema. A alcunha foi dada em referência jocosa ao então pior jogador do Botafogo, por causa de sua falta de habilidade no futebol.
A carreira musical ganhou força nos anos 1960, quando ele se tornou presença constante em bares e restaurantes de Ipanema, ambientes frequentados por nomes como Vinicius de Moraes e Grande Otelo — artistas que se tornariam seus amigos e parceiros afetivos e criativos.
Conhecido como o “anjo torto da MPB”, Macalé construiu trajetória marcada pela insubmissão artística. Recusou padrões comerciais, enfrentou pressões da indústria fonográfica e estabeleceu um caminho próprio, misturando vanguarda, poesia, contestação e profunda brasilidade. Sua obra atravessa gerações e influencia músicos de diversos estilos, do samba ao rock experimental.